domingo, 3 de janeiro de 2016

De passagem

“Oi”

“Oi.”

E assim começou a afinidade que um sentia pelo o outro. Uns diziam ser um papo pra jogar fora, esfriar a cabeça e tudo mais. Até eles achavam isso.

Costumavam se importar um com o outro. Curiosidade, talvez? Não sabiam. Valia a pena, afinal, o que tinha a perder?

Bom dia, boa noite, como está? ... Crescia o que se dizia ser apenas um papinho furado. “ O que fará hoje?”  etc, etc, etc...

“Você é demais, como vivi sem você até hoje?” pensavam, mutuamente. Passavam horas e horas trocando mensagens, papos, copos de bebida, caronas...

O celular tocava, vibrava, esperneava, se viam, se viam, se viam...

Crescia, crescia , crescia...

Pelo menos para um lado.

“Namora comigo?”, perguntou ela, confiante. Quem melhor que ele para lhe dar amor, e amor, e amor?

Não. Foi o que ele disse. Só queria algo casual.

O coração partira em milhões de pedaços. Achava que nunca mais acharia ninguém no mundo capaz de juntar os caquinhos do seu coração e colar com fita crepe fazendo um esboço do que era antes.

Negava todo e qualquer tipo de amor. Estava realmente sozinha.

Até que um dia um alguém lhe estendeu a mão.

“Oi”

“Oi.”

E assim começou a afinidade que um sentia pelo o outro.

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