Deixe (se) ir

É momento de deixar ir. É momento de deixar desaparecer toda dor e angústia que você anda trazendo dentro de ti. É momento de você ir embora, de desamarrar essas amarras e fazer desaparecer esse fantasma terrível que vive te assombrando.

A vida é tão simples. Nós a complicamos demais. Ás vezes insistimos em forçar aquilo que nunca foi e nunca será. Insistimos em gostar de algo que jamais trará algum benefício e ficamos lá, iguais bobos, enquanto do outro lado estão pouco se importando se você está ali ou não.

Vá embora.

Terrível é viver amarrado e preso a algo, só porque acostumou, ou algo do tipo. E o pior de viver preso: se um dia você for solto, você cai. Não só cai, como desmorona. Como culpar o vento pela bagunça se foi você que deixou a janela aberta?

Vá embora. Procure apenas o que te trás paz, regue aqueles que merecem ser cultivados, e não force. Essa é a regra número um. Não force nada. Tudo que vem forçado vai embora com um piscar de olhos. Comece a reparar no jeito em que as pessoas te tratam, se você precisa forçar demais pra que um monólogo vire um diálogo, se tudo que você faz é uma luta. Isso são sinais de que a pessoa está querendo partir.

Deixe ir embora.

Deixe que voe. Abra a portinha da gaiola, e dê a tal da liberdade. Se um dia voltar, será seu. Se desaparecer em meio de milhões de outros, assim era pra ser. Somos seres humanos, e assim como você precisa ir embora, os outros também precisam.

Aceite isso.

Se desamarre do seu trabalho se tudo que ele te faz é te trazer dor de cabeça e infelicidade. Diga Adeus ao seu chefe, as pessoas olho gordo, aos invejosos, ao namoro que não da certo, as amizades forçadas. Deixe-os ir. Se deixe ir. Vocês só têm a ganhar.

Não vale a pena manter a pose só para os outros verem. A vida realmente é uma só, e imagina que chato viver sua única vida fazendo o que não gosta, comendo o que não gosta, do lado de pessoas que você não gosta?

A partida sempre foi vista como um momento dolorido, como a morte de alguém, um término, uma mudança. Depois de muito exercício mental, você começa a perceber que a partida pode ser uma libertação. Pode ser o alívio de soltar uma corda que cortava a palma da sua mão, ou de outra pessoa, de tanto esforço que ambas faziam. Pode ser o detalhe que estava faltando na vida de uma pessoa, de duas, ou de uma infinidade. Alguns temem só de pensar em mudanças, mas vivem com uma vida cheia de sonhos. Como querer mudar sem querer ao mesmo tempo? É impossível viver o futuro com os pés amarrados no passado. Mudar é preciso. As vezes nos viramos ao avesso e descobrimos que o avesso é o nosso lado certo.

É difícil, mas encarar a vida com outros olhos é preciso, ou se não sofrerás pra sempre, acredite nessas palavras.

Procure pensar assim em momentos de partida: “O que isso me trouxe de bom? Eu aprendi alguma coisa?.” Será que você aprendeu o que deve fazer, e o que não deve mais? Quem deve cultivar amizade, e quem não deve mais? É nesse quesito que complicamos a vida.

Precisamos enxergar com outros olhos. Por mais difícil, trabalhoso e cansativo que seja.

Partidas são necessárias, assim como chegadas são também. Aproxime-se de quem você gosta, e o mais importante: permita que se aproximem se ti. Permita que te amem, que façam algo por você que alguém jamais fez. Permita que se apaixonem por ti, que façam esforço por ti, que te queiram do lado. Essa é a coisa mais pura.

Aprender que partidas ás vezes podem virar nossa vida de pernas pro alto, mas melhorá-la como nunca.

Permita que vá.

Se deixe ir.