Não tenha dúvidas: se você sente saudades, você fez
a coisa certa. Como dizem alguns poetas, a saudade só é bonita em poesia; na
vida real ela arde, machuca, incendeia, enlouquece. Que triste é, foi e será,
aqueles amigos que hoje não sabem por onde andam, que hoje só passam de dois
desconhecidos que se conhecem muito bem. Aquele fogo de raiva no fundo da sua
alma que te culpa por ter namorado, ficado, ou ter feito amizade com tal
pessoa. Deu saudade? Então não se culpe, pode não ter sido a coisa certa a se
fazer no final, mas naquela hora foi. Naquela hora era o certo e o que vocês
mais queriam.
Que triste é a saudade. Por que tão bela em poesias
e textos, e na vida real assemelha-se a uma facada? Pois bem, eu não vim aqui
enfeitar a saudade, dizer como ela é linda e como ela é poética. Vim aqui
escarrá-la; dizer que é péssima e horrorosa. Por que tudo nessa vida há de
passar? Ou melhor, por que tudo de BOM nessa vida há de passar? Não poderíamos
muito bem congelar o tempo naquele instante?
Saudade é a alma dizendo pra onde ela quer voltar. É
ela dizendo que foi bom, e ao mesmo tempo te agradecendo que o que você fez foi
o certo.
A saudade anda de mãos dadas com a Falta. Essa sim,
dói. Sentir saudades é humanamente natural, as vezes até suportável, mas a
falta assemelha-se com o um buraco negro, fundo e sem fim. A falta muitas vezes
não pode ser coberta, nem tapada. Não há frase mais triste que “Que falta você
faz...”.
É triste sentir a falta que faz o teu cheiro, seu
toque. É triste olhar a foto daquela pessoa e penar “Onde está você agora? Será
que um dia vamos nos reencontrar?”. Oh, Deus! Por que tão humanamente natural, mas
tão insuportável? Por que as pessoas que amamos têm de partir?
Por que somos tão idiotas a ponto de nos
arrependermos do que nos fez bem no passado? Por que as vezes a saudade é tão
imensa que simplesmente não conseguimos nem ao menos tocar nossa vida pra
frente? É como dizia minha avó, se tempo realmente curasse tudo, as farmácias
vendiam apenas relógios. O tempo abafa, ameniza, deixa borrado, faz a gente se
recompor, mas não cura. A única coisa que CURA é ter uma segunda dose daquilo
que sentimos falta. Um último beijo, um último abraço, um último sorriso, pra
pelo menos podermos seguir em frente e em paz.
Nada nessa vida é eterno, já nascemos sabendo disso.
Mesmo assim, insistimos como tolos em acreditar que tudo durará para sempre,
quando na verdade, amanha pode já não existir.
Quer saber? Saudade “limpa” é aquela saudade que você
olha pra trás com orgulho e pensa: eu fiz o que pude. Eu lutei, eu fui feliz,
eu conquistei. Hoje sinto saudades por circunstâncias naturais. Não estou
dizendo que a dor dessa saudade dói menos, pelo contrário, mas ela pesa menos.
O pior tipo de saudade é aquela que você olha pra trás e pensa: eu não fiz tudo
que pude. Eu sinto tanta falta, se eu pudesse ao menos voltar, tentar de novo.
Com certeza esse é o tipo de saudade que mais machuca, porque muitas vezes, não
existe uma segunda chance, como por exemplo, a morte. Essa sim, dói.
O que me resta para encerrar este texto, não é te
perguntar qual tipo de saudade você sente, e sim qual tipo de saudade você
pretende sentir um dia.
A que você está lutando e fazendo de tudo, ou a que
no futuro você se sentirá arrependido?
A que estou lutando, com certeza!
ResponderExcluir